Flávio Sidinei Bett foi condenado pela morte de Maria José Wolff, que aconteceu em julho de 2020
Com a leitura do parecer dos jurados, foi encerrado no final da tarde desta terça-feira (12), o julgamento de Flávio Sidinei Bett, acusado do homicídio de Maria José Wolff. O crime aconteceu em 17 de julho de 2020, em Flores da Cunha. O corpo de jurados, composto por cinco homens e duas mulheres, condenou Bett a 16 anos, 10 meses e 20 dias de prisão em regime fechado.
A pena total aplicada foi dividida em 12 anos de prisão pelo homicídio e 4 anos, 10 meses e 20 dias pelo incêndio na casa, com aumento da pena pelo agravante de ter tentado acobertar o crime de homicídio com o incêndio. Além disso, no caso do feminicídio, foi afastada a qualificadora da motivação fútil. Como Flávio já cumpriu 745 dias na prisão, esse período será descontado da pena aplicada.
O julgamento de Flávio Bett iniciou por volta das 9h30min no Fórum de Flores da Cunha. O júri ouviu primeiramente a fala de duas testemunhas: Aline Martinelli, então delegada de Polícia Civil, e de Diego de Borba, policial civil que atendeu a ocorrência. Aline e Diego responderam questionamento do promotor do Ministério Público de Flores da Cunha, Stéfano Lobato Kaltbach e do advogado de defesa de Bett, Airton Barbosa de Almeida.
Na sequência, o réu teve cerca de uma hora para detalhar os acontecimentos do dia do crime e do relacionamento com a vítima. Apesar da prerrogativa que lhe dava a possibilidade de permanecer em silêncio, Flávio contou detalhes da ocorrência e negou ter qualquer envolvimento na morte de Wolff.
Por volta das 11h30min, houve uma pausa para almoço e a sessão foi retomada à tarde com a fala do promotor Stéfano. Ele teve uma hora e meia para mostrar argumentos que pudessem convencer os jurados sobre o envolvimento de Flávio na morte de Maria. Além disso, o advogado de defesa teve mais uma hora e meia para mostrar provas e defender Bett. Por fim, defesa e acusação tiveram mais um tempo de réplica e tréplica.
Após todos os trâmites legais do julgamento, o júri se reuniu e decidiu pela condenação Flávio Sidinei Bett por dois dos quatro crimes que era acusado. Os trabalhos da sessão foram conduzidos pelo juiz de Flores da Cunha, Daniel da Silva Luz.
Foto: Bruna Picinini/ Grupo Solaris
Foto: Divulgação/ Redes Sociais
RELEMBRE O CASO
Maria José Wolff, tinha 39 anos de idade e morreu na madrugada do dia 17 de julho de 2020, em sua residência, localizada na rua Dom Finotti, no bairro São José, em Flores da Cunha. A vítima tinha três filhos.
Na noite anterior ao crime, a Brigada Militar (BM), se deslocou até a mesma moradia porque a mulher disse que seu companheiro chegou em casa embriagado e que tentou sufocá-la apertando seu pescoço. Quando a polícia chegou, Flávio estava do lado de fora da casa e confirmou que houve uma briga entre eles. Após a discussão, os dois foram conduzidos à Delegacia de Polícia em Caxias do Sul.
Quando retornaram para Flores da Cunha, o homem foi embora para casa de uma tia, localizada no Travessão Cavour. No entanto, segundo a polícia, horas depois, ainda na madrugada do dia 17, ele retornou para a residência do casal. A suspeita é de que ele tenha agredido a mulher e incendiado a residência. Após o crime, Flávio voltou para a casa da tia. Bett foi preso pela polícia no dia seguinte, de maneira temporária.
A perícia apontou que Maria Wolff tinha sinais de traumatismo craniano encefálico.
Fotos: Arquivo/ Grupo Solaris de Comunicação