Depois de ter 90% da sua capacidade pulmonar comprometida, Alcione Luiz Cioquetta vive o processo de reabilitação com ajuda da sobrinha Rafaela Zorzi
Tudo começou com o que parecia ser um resfriado. Alcione Luiz Cioquetta, 57 anos, percebeu os primeiros sintomas da Covid-19 em uma sexta-feira, dia 7 de maio. Três dias depois estava sendo internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Geral, com 90% da sua capacidade pulmonar comprometida. Após 22 dias hospitalizado, atualmente Cioquetta vive o processo de reabilitação.
Foi no mesmo dia em que estava marcado o seu teste de Covid, que Alcione precisou ser encaminhado para a emergência. Sua sobrinha, Rafaela Zorzi, foi quem o socorreu para o Hospital Fátima de Flores da Cunha, cidade onde reside. Os exames apontaram que Cioquetta estava com 34% de saturação de oxigênio e com os pulmões comprometidos quando foi encaminhado para uma UTI em Caxias do Sul.
“A médica me disse que ele tinha 10% de chance de sobreviver”, conta Rafaela, aliviada pelas preces da família terem sido atendidas e seu tio, com pequenas vitórias, dia após dia, ter recebido alta hospitalar no dia 02 de junho. De lá pra cá, Cioquetta enfrenta um novo desafio: recuperar a forma física e superar as sequelas causadas pelo vírus.
Rafaela é educadora física e explica que, apesar da Covid-19 ser uma doença pulmonar, ela pode atingir várias partes do corpo. Trombose, problemas neurológicos e cardiovasculares, como arritmia, são comuns. Dessa forma, o acompanhamento médico regular é fundamental para os pacientes que tenham desenvolvido sintomas graves da doença, incluindo sessões de fisioterapia e atividades físicas para recuperar os movimentos.
Cioquetta perdeu mais de 10kg durante a internação hospitalar. “Eu fiquei com ele no primeiro dia pós UTI, e ele não tinha força nem pra deitar uma perna em cima da outra, nem pra mexer o pescoço”, relata a sobrinha. Enquanto aguardavam o encaminhamento para as sessões de fisioterapia, essenciais para tratar a fibrose no pulmão, Rafaela começou a ensinar os primeiros exercícios para a sua recuperação.
Dependendo de uma cadeira de rodas, os primeiros dias pós-hospital foram de atividades simples. “Inspirar pelo nariz, e assoprar no copinho; no primeiro dia meu tio não conseguia nem segurar o copo”, relembra Rafaela. Depois de um período entubado, Cioquetta perdeu o hábito de inspirar pelo nariz e soltar pela boca: “ele inspirava e expirava pela boca”.
A força de vontade de Cioquetta foi determinante para a sua recuperação. “A pessoa fica muito debilitada e pode não conseguir realizar tarefas básicas do seu cotidiano”, explica a sobrinha. Dessa forma, ela começou a estimular o tio a fazer pequenos movimentos sentado. Seguindo uma dieta alimentar especial, depois de alguns dias ele já conseguia caminhar e os exercícios passaram a ser realizados de pé.
Utilizando halteres, com pequenas cargas de peso, e realizando movimentos recomendados por Rafaela, Alcione vem recuperando sua saúde e seu bem estar. Com orgulho do tio, que está voltando a ter uma vida normal, a educadora física destaca: “Não tem preço que pague tu ajudar uma pessoa a se recuperar.”
Rafaela Zorzi/ Acervo pessoal
2 comentários
Perfeita reportagem, e como ficamos felizes com um resultado como esse. Sou fisioterapeuta e estou trabalhando com reabilitação pós covid também, acredito que passar informações como está para as pessoas é muito importante, para se ter um retorno as atividades de vida diária com mais qualidade. Muitas pessoas não conhecem este serviço e deixam de buscar esse tratamento. Parabéns mais uma vez.
Espetacular !!parabéns Alcione e Rafaela!!
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