Demora no atendimento e superlotação no plantão são as principais queixas relatadas pela comunidade
Nas últimas semanas muitas reclamações e insatisfações em relação ao atendimento prestado pelo Hospital São José de Antônio Prado, que atende não só o município, mas também pacientes de Ipê e cidades da região, foram manifestadas pela população através das redes sociais e pelo contato de ouvintes com a Rádio Solaris.
Entre as reclamações está a de mães que relatam que ao levar seus filhos ao Hospital houve uma demora de mais de 4 horas no atendimento e quando há necessidade de aplicação de injeções, por exemplo, elas não são fornecidas pelo hospital, necessitando ser adquiridas pela população e levadas até a instituição para a aplicação.
O diretor-geral do Hospital, Diógenes Weber foi contatado pela reportagem e diante dos questionamentos liberou uma nota em resposta. Sobre a reclamação acima citada o gestor explica que a aplicação e o fornecimento de medicamentos para pacientes Unimed ou SUS só é disponibilizado se estiverem em observação ou internados. Se for apenas dada uma requisição de medicamento decorrente de uma consulta no plantão, este deverá ser adquirido pelo próprio paciente que dependendo da medicação prescrita poderá retirá-la na Farmácia Municipal, localizada junto a UBS Centro e aberta no horário da manhã das 08h às 12h e a tarde das 13h30 às 17h30 .
Outra insatisfação relatada pela população é sobre a demora no atendimento do plantão de emergência e a superlotação na instituição. Em relação a demora nos atendimentos, o Hospital São José reforça que a capacidade técnica de seu ambulatório se limita a 48 atendimentos diários e que ao ultrapassar esse número de atendimentos ou em situações de intercorrências, urgências e emergências o tempo de espera para os atendimentos pode ser de até 4 horas o que tem ocorrido com frequência devido à grande demanda de atendimentos acolhidos e classificados como azuis e verdes eletivos de Atenção Básica.
“No feriado do dia 16 de junho tivemos 87 pacientes que procuraram atendimentos no ambulatório do Hospital São José, quase o dobro de nossa capacidade técnica causando demora, aglomeração, superlotação e insatisfação tanto da equipe assistencial quanto dos pacientes. Nossa estrutura física ambulatorial não está preparada e não disponibiliza espaço suficiente para duplicar nossas equipes, acomodar e atender essa quantidade de pacientes, assim é necessário aumentar a oferta na rede básica,”
Weber se refere a ampliação do atendimento na Unidade Básica de Saúde (UBS) Centro que já está em vigor desde o dia 1º de junho com atendimentos até às 21h. O que segundo ele explica ainda sim não foi suficiente para desafogar o hospital e assim direcionar seus esforços e atenção aos casos de urgência e emergência e nas intercorrências hospitalares.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de contratação de mais médicos para atuação no plantão hospitalar o diretor explica que hoje a estrutura não comporta mais profissionais e que devido a esta limitação a Secretaria Municipal de Saúde está buscando ampliar o atendimento da atenção básica.
Na última sexta-feira (16), a Secretaria publicou nas redes sociais da Prefeitura uma nota sobre o atendimento prestado pela saúde no município em que pede a colaboração da comunidade em buscar atendimentos rotineiros na Unidades Básicas e o plantão do Hospital apenas em casos de emergência para assim não haver a superlotação nos atendimentos e reforçou que está trabalhando para disponibilizar atendimentos em feriados e finais de semana.
Hoje às 19h está prevista uma mobilização da comunidade na Câmara de Vereadores. Uma das organizadoras, Lucy Maboni comenta sobre a motivação da população. “O foco da nossa causa é o atendimento prestado pelo Hospital que está um caos, o que não é de agora e a gente vai lutar pela possibilidade de haver a troca da administração atual.”