O produtor deve ficar atento a manchas escuras alongadas que podem surgir nas nervuras, pecíolos e ramos
Um doença que vem afetando a qualidade da uva na região Nordeste e Norte do Brasil, ascende o alerta sobre a importância do cuidado para evitar e identificar previamente uma determinada bactéria nas videiras da Serra gaúcha. O cancro da videira é uma doença causada pelo germe Xanthomonas campestris pv. vitícola.
Até o momento, a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) vistoriou parreirais de 25 propriedades dos municípios de Bento Gonçalves e Garibaldi. Apesar de existir no Brasil a mais de 20 anos, a bactéria ainda não foi identificada no Rio Grande do Sul, porém está presente nos estados de Pernambuco, Bahia, Piauí, Ceará e Roraima.
Conduzidas por oito fiscais estaduais agropecuários da Seapdr, as atividades de monitoramento ocorreram de 14 a 16 de fevereiro. De acordo com a chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal, a engenheira agrônoma Rita Antochevis, o cancro da videira “é uma doença de difícil controle e a sua introdução poderia trazer sérios prejuízos para a viticultura do Estado”.
Conforme Rita, o monitoramento é feito com a inspeção visual das plantas de videira, observando os ramos, inflorescências e cachos de uva. “Os sintomas nas folhas surgem como pontos escuros, com ou sem bordas amareladas, que podem se unir e causar a morte de extensas áreas foliares. Nas nervuras, pecíolos e ramos, formam-se manchas escuras alongadas, que evoluem para aberturas de coloração negra. As bagas ficam desuniformes em tamanho e cor, e também podem apresentar lesões”, detalha.
A disseminação ocorre por meio de material propagativo infectado, material de trabalho contaminado, tratos culturais infectados espalhados pelo parreiral, ventos e chuvas. “É importante que o produtor fique atento à aquisição de mudas de outros estados e, em caso de suspeita de infecção, comunique imediatamente à Secretaria. Assim podemos providenciar o correto diagnóstico e erradicação do foco, evitando a disseminação para outros parreirais”, ressalta a engenheira agrônoma Maria Luiza Santos Conti, que também participou da ação de monitoramento.
Foto da inspeção: Fernando Dias