Hoje (30), é o dia do caminhoneiro e a Rádio Solaris entrevistou um profissional sobre os desafios e fatos vividos na estrada
Dia 30 de junho é o dia do Caminhoneiro. Para celebrar esta data e homenagear todos os caminhoneiros do município e deste país a Rádio Solaris fez uma série de entrevistas e uma delas foi com o caminhoneiro Márcio Scopel , conhecido como Canário.
Scopel atua no ramo há quase 30 anos e o interesse em dirigir caminhões surgiu desde cedo lá pelos 17 anos e o acompanhou em muitos momentos de sua vida desde então.
O caminhoneiro iniciou no ramo carregando grãos e já conduziu caminhões da Mercedes, Volvo e atualmente conduz um caminhão “cegonha”, modelo Scania R440, em que transporta veículos da General Motors, Honda, entre outros modelos de diversos municípios do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Bahia, Espírito Santo e relatou que antes da pandemia transportava também para a regiões do Nordeste.
Canário comenta que nesta semana já carregou seu caminhão com caminhonetes da Ford em Vitória, no Espírito Santo, completou a carga em São Bernardo do Campo em São Paulo e realizou a entrega em Lages, São Joaquim e Joaçaba, cidades de Santa Catarina.
Sobre a distância de casa ele contou que hoje em dia fica longe em uma média de uma semana chegando a 25 dias, mas relembra que antigamente quando trabalhava com carga de grãos já chegou a ficar fora de casa pelo período de dois meses. “Na safra do Mato Grosso e ali na Serra ficava de 30 a 60 dias fora de casa, mas hoje graças a deus a gente vai mais seguido pra casa”.
Quando retorna ao seu lar reencontra sua esposa Marilene Mussato Scopel com quem é casado há cerca de 28 anos, e seu filho Maurício. Ao falar de sua união com a esposa ele lembra como um fato marcante em sua vida, já que no dia 29 de maio 1993, dia em que se casou, já estava de caminhão carregado com carga do Moinho Nordeste de Antônio Prado rumo a São Lourenço do Oeste, em Santa Catarina onde seguiu com sua finalmente esposa para a lua de mel do casal comemorada rumo ao destino.
Ao falar sobre os riscos na estrada ele destacou que na profissão de motorista é preciso ser muito profissional, pois além de cuidar de si é preciso cuidar também dos outros, sem contar os assaltos e roubo de cargas que muitas vezes acabam ocorrendo entre as viagens. “Sempre procuro parar em postos seguros e tenho muita cautela no trânsito que hoje é 24 horas, não é mais como uma vez que a gente andava a noite toda praticamente sozinho na pista. Hoje mudou muito e a gente não pode piscar o olho pois o trânsito é intenso”, comentou.
Ele destacou como um fato marcante desde que iniciou na profissão o que ocorreu entre os anos de 2008 e 2009 em que estava no trecho de Blumenau a Jaraguá rumo a última entrega e tinha somente um carro carregado na carreta. Ele relata que encontrou uma pessoa no acostamento com um carro pequeno e quando se aproximou a cerca de 20 metros o homem se descontrolou e o veículo saltou em frente ao caminhão. Ele conta que fez de tudo, mas não conseguiu evitar a colisão e o homem acabou falecendo. Foi um fato impactante, o que segundo ele, marcou sua trajetória já que foi o único acidente em que se envolveu e não pode fazer nada para evitá-lo, nem para salvar o homem envolvido.
Márcio confidencia que sua motivação para continuar neste ofício é que sua vida toda foi seu trabalho e sustento o que faz parte de sua vida “A escola da vida e a faculdade foi em cima de um caminhão onde sempre consegui dar o sustento da família e faculdade pro meu filho. Então sou grato a Deus e a Nossa Senhora por esse trabalho e pela minha profissão.
Fonte: Grupo Solaris – Repórter Taís Vargas
Fotos: Acervo pessoal