“Ao mesmo tempo que foram criadas (redes sociais) para promover a aproximação de pessoas acabam por afastá-las cada dia mais”
Neste dia 12 de junho, os casais de todo o Brasil comemoram o Dia dos Namorados, são diversas homenagens, declarações e presentes nesta data. No entanto, estes mesmos relacionamentos podem estar passando por turbulências, sejam elas alusivas às redes sociais, efeitos da pandemia ou outros fatores. Uma pesquisa elaborada pela Toluna, empresa especialista em insights de mercado, aponta que 43% das pessoas entrevistadas acreditam que o universo virtual interfere fortemente na vida amorosa.
Em contato com a Psicóloga Solange P. Carra, a mesma corrobora esses dados, “Ao mesmo tempo que ela foi criada para promover a aproximação de pessoas acaba por afastá-las cada dia mais. Isso porque, nós não estamos sendo orientados e preparados, e tampouco sabemos administrar esse mundo tecnológico de exposições e comunicações”. Solange completa: “É como se estivéssemos vivendo em dois mundos ao mesmo tempo; o mundo real e o mundo digital”.
No levantamento, 45% dos respondentes disseram não crer que a data em plena pandemia seja uma experiência ruim. Resultado disso é que 90% dos entrevistados confirmaram que comemorarão o dia mesmo com a pandemia, enquanto 15% creem que não muda em nada que o Dia dos Namorados seja celebrado em meio ao isolamento. Já a percepção dos entrevistados quanto ao significado da data divide opiniões: 33% creem que a data é especial, enquanto 21% acreditam que ela tem caráter comercial. E 45% concordam que o Dia dos Namorados é comercial e especial ao mesmo tempo.
A pesquisa da Toluna ainda questionou o fato de a pandemia ter interferido negativamente nos relacionamentos: 47% dos entrevistados afirmaram que as consequências da Covid-19 não afetaram a relação. Já 40% afirmaram que o relacionamento sofreu pelo fato da não possibilidade de frequentar lugares públicos. E 4% dos internautas responderam que o namoro foi abalado por conta de divergências em torno das medidas de isolamento social.
Ainda sobre a influência das redes sociais nos relacionamentos, apesar de menos da metade afirmarem que há sim alguma interferência, apenas 4% dos entrevistados disseram que Facebook, Instagram, entre outros, não influenciam na vida a dois. “Diversos conflitos e prejuízos emocionais se iniciam por meio de comparações, expectativas, idealizações e fantasias criadas a partir do que visto nas redes sociais, gerando conclusões distorcidas e mal entendidos. Por conta disso, perde-se o verdadeiro afeto e a verdadeira conexão do relacionamento”, comenta a psicóloga.
Solange complementa: “Muitos se tornam até “detetives”, o que pode atrapalhar o cotidiano e as atividades dessa pessoa. Eu diria que essa busca gera ainda mais “gatilhos” emocionais que fortalecem as “neuroses”, o ciúme, o poder de controle e a posse do outro”. O ciúme que estas redes geram também foi alvo da pesquisa: 25% dos internautas têm ciúmes das curtidas nas fotos dos parceiros, 27% se sentem enciumados quando os parceiros curtem fotos de outras pessoas e 31% se importam muito com a exposição dos parceiros nas redes. Apesar disso, 42% dos pesquisados não renunciaram a suas redes sociais para agradar a seus parceiros.
Sobre métodos para conciliar o uso das redes com outras atividades no intuito de evitar possíveis atritos, Solange diz: “O casal pode fazer algumas combinações de quando usar as redes sociais. Separe momentos só para os dois, para viverem e se conhecerem melhor sem precisar de tecnologia para isso. É importante também, desligar as notificações do celular enquanto estão juntos, estabelecer horários para mensagens e ligações, reservar a última hora do dia sem telas, para realizar aquilo que proporcione bem-estar e descanso”.
A pesquisa da Toluna foi realizada no dia 14 junho de 2021, com 754 pessoas (48% homens, 52% mulheres) das classes A, B e C, segundo critério de classificação de classes utilizado pela ABEP – Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa.
Fonte: Leandro Schiavon, com informações Timerman Comunicação