Fenômeno com ventos de até 200 km/h destruiu parreirais e mobiliza produtores para a reconstrução
Agricultores de Alfredo Chaves e arredores, no interior de Flores da Cunha, começaram nesta quarta-feira (10) uma força-tarefa para reerguer parreirais destruídos pelo tornado que atingiu a região no fim da tarde de segunda-feira (8). Com ventos estimados entre 150 e 200 km/h, o fenômeno deixou um rastro de devastação em propriedades rurais, estruturas de suporte e vinhedos inteiros.
A terça-feira (9) foi dedicada ao restabelecimento de serviços essenciais e à cobertura emergencial de residências destelhadas. Equipes da prefeitura, Defesa Civil e concessionárias trabalharam para liberar vias, recompor estruturas e restabelecer a energia elétrica. Segundo o município, cerca de 250 instalações ainda permanecem sem luz. Os bombeiros seguem auxiliando famílias que tiveram danos nos telhados, garantindo segurança durante os reparos.
FOTO: Tornado com ventos de até 200 km/h atingiu Flores da Cunha, apontam meteorologistas da UFSM
“Seguimos com os trabalhos de limpeza e recolhimento de entulhos em diferentes pontos do município. Ainda há árvores caídas nas laterais das estradas, então nossas equipes continuam atuando para liberar totalmente esses trechos”, informou a administração municipal. Uma reunião está marcada para esta quarta-feira para organizar mutirões e manter contato direto com as famílias atingidas. “Nossa prioridade é devolver normalidade e segurança para toda a comunidade o mais breve possível”.
Com as primeiras condições restabelecidas, produtores iniciaram a reorganização dos parreirais. A chuva calma, porém persistente, tem dificultado o início das operações, deixando o solo pesado e atrasando o reerguimento das estruturas. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Agricultores Familiares de Flores da Cunha e Nova Pádua, Ricardo Pagno, reforça que o processo exige coordenação. “Estamos vendo para mobilizar municípios vizinhos também, mas precisamos de organização. Se todos quiserem erguer ao mesmo tempo, não vai ter gente que chegue”.
Entre as áreas mais atingidas está a Vinícola Terrasul, que teve parte do telhado arrancada, além da queda de reservatórios e pipas. Funcionários, voluntários e associados da Vinhos dos Altos Montes trabalham para proteger equipamentos, conter infiltrações e avaliar prejuízos.