Levantamento técnico identificou trajetória e padrão de destruição compatíveis com fenômeno F1 a F2; governo estadual mobilizou equipes ainda durante a madrugada
Uma análise conjunta de meteorologistas da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e do especialista Leandro Puchalski confirmou que o fenômeno que devastou parte de Flores da Cunha, na noite de segunda-feira, foi um tornado. A conclusão surgiu após avaliação minuciosa dos estragos, que incluíram galpões destruídos, estruturas danificadas e trajetória linear de destruição — marca típica desse tipo de evento extremo.
Segundo Puchalski, a intensidade dos danos indica que o tornado pode ter atingido categoria entre F1 e F2, o que corresponde a ventos estimados entre 150 e 200 km/h. “Quando não se tem o registro visual do funil, analisamos o padrão dos estragos. E vários sinais mostram claramente a passagem de um tornado ali na região”, afirmou. Imagens divulgadas por moradores e por empresas locais mostram a convergência do rastro deixado pelo fenômeno, reforçando a avaliação técnica.
Diante da situação, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, afirmou que mobilizou imediatamente equipes do Estado. O chefe da Defesa Civil, coronel Luciano Boeira, foi enviado ao município ainda na madrugada para coordenar as ações emergenciais. “Seguimos acompanhando de perto a situação e garantindo que ninguém ficará desassistido”, declarou Leite, que segue em contato com as equipes enquanto cumpre agenda em Brasília.
A instabilidade que atingiu Flores da Cunha ocorre enquanto um ciclone avança pelo Estado, mantendo outras regiões em alerta. Meteorologistas reforçam que o risco de tempo severo permanece entre esta terça e quarta-feira, e recomendam atenção da população.