O acolhimento é motivado quase metade dos casos por negligência, mas também por abandono, uso de drogas pelos pais, além de motivados por abuso sexual
Mais crianças e adolescentes têm sido acolhidas por abrigos da Fundação de Assistência Social (FAS) nos últimos meses. Os dados foram apresentados nesta segunda-feira (22) pelo presidente Mauro Trojan e a diretora de Proteção Social Especial de Alta Complexidade, Franciele Roso, para membros do Juizado da Infância e da Juventude, Ministério Público, Defensoria Pública e Conselhos Tutelares.
Desde o início de 2025, a média de acolhimentos em abrigos institucionais e casas lares este ano chega a 201, enquanto ao longo de todo o ano de 2024 a média mensal de acolhimentos foi de 172 crianças e adolescentes. O recorde de 2025 foi em maio, com registro de 30 novos acolhimentos, totalizando 225 vagas.
De acordo com a FAS, o acolhimento institucional é motivado quase metade dos casos (48%) por negligência, mas também por abandono (26%), uso de drogas pelos pais (14%), além de 10% motivados por abuso sexual e outros risos sociais.
A FAS já implantou medidas administrativas para suprir o crescimento desta demanda, como o remanejamento de educadores sociais e assistentes sociais de outros setores para os Serviços de Acolhimento Institucional (SAIs), bem como a nomeação de novos profissionais. “Também estamos tratando da ampliação da capacidade de atendimento com a criação de 20 vagas em um novo serviço de acolhimento, a ser inaugurado agora em outubro em um investimento de mais de R$ 2 milhões, com a abertura de um novo Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS) e a atualização do Plano Municipal de Acolhimento Institucional e Familiar, criando um protocolo emergencial de ingresso intersetorial, objetivando fortalecer o trabalho social com as famílias e a rede de proteção da criança e do adolescente”, explica o presidente da FAS, Mauro Trojan.

Trojan acrescenta ainda que o novo CREAS terá um investimento anual de aproximadamente R$ 1,6 milhão. “Dos seis técnicos que atenderão no serviço, quatro já foram nomeados e estão em treinamento para a abertura do espaço, prevista para ocorrer até o final do ano”, informa.
Para a diretora Franciele Roso, a união de esforços também com os Conselhos Municipais de Assistência Social (CMAS) e dos Direitos da Criança e do Adolescente (COMDICA) são fundamentais. “Analisar os indicadores, unindo esforços, é o caminho para fomentar ideias inovadoras e que atendam de fato às necessidades das famílias e evitem o acolhimento institucional, que deve ser a última opção”, pontua a responsável pela Diretoria de Proteção Social Especial de Alta Complexidade da FAS.