Juliano Biron, líder de facção no Vale do Sinos, vivia em Santa Cruz de la Sierra com identidade falsa e acumulava 33 anos de condenação
O traficante mais procurado do Rio Grande do Sul, Juliano Biron, de 39 anos, foi preso na Bolívia. A detenção ocorreu na quarta-feira (10) em Santa Cruz de la Sierra e foi confirmada nesta quinta pela Polícia Civil gaúcha.
Apontado como liderança de uma facção com base no Vale do Sinos, Biron estava foragido desde outubro do ano passado e tinha quatro mandados de prisão preventiva em aberto. Ele vivia no país vizinho com identidade falsa, apresentando-se como João Paulo Zucco, natural de Santa Catarina. Também foi preso outro traficante gaúcho, identificado apenas como Yuri.
A prisão foi realizada por agentes da Fuerza Especial de Lucha Contra el Narcotráfico (FELCN), especializada no combate ao narcotráfico na Bolívia. Biron era o principal alvo do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc). Antes dele, o mais procurado era Fábio Rosa Carvalho, o “Fábio Noia”, detido em agosto na Argentina.
No Brasil, a Polícia Civil cumpriu nesta quarta a Operação Beatus, com 17 mandados de prisão preventiva e 48 de busca no RS, Paraná, Tocantins e Mato Grosso do Sul. A ofensiva mira a facção ligada a Biron, suspeita de movimentar R$ 500 milhões em seis meses por meio da compra de fazendas, imóveis e empresas. Até agora, oito pessoas foram presas.
Biron já havia sido condenado a 20 anos e oito meses de prisão pelo homicídio do fotógrafo José Gustavo Bertuol Gargioni, ocorrido em Canoas em 2016. Ao todo, suas penas somam 33 anos de reclusão em regime fechado. Em 2017, ele chegou a ser transferido para a Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, mas retornou ao Rio Grande do Sul dois anos depois.
Em 2022, conseguiu prisão domiciliar humanitária e autorização para cumprir pena em Cascavel, no Paraná. Após novas condenações por tráfico e lavagem de dinheiro, fugiu e permanecia foragido até a prisão na Bolívia.