Investigação aponta que mulher do motorista participou do assassinato
Prossegue nesta quarta-feira (13), o Júri do homicídio de Mateus Pereira de Campos, motorista de aplicativo, que residia em Caxias do Sul. Ele tinha 33 anos na época. A Polícia Civil iniciou as investigações em 28 de setembro de 2019. Na manhã daquele dia o automóvel de Campos foi encontrado incendiado, próximo ao Km 58 da BR-116, em Campestre da Serra. Na ocasião não foi encontrado o corpo.
Imediatamente as providências dos agentes em plantão e a Equipe Volante Regional da Polícia Civil iniciaram as investigações. Ainda no final de semana, a companheira de Campos foi ouvida pela Equipe Volante e apresentou a primeira versão. Na segunda-feira seguinte o caso foi assumido pela Delegacia de Polícia de Vacaria, em apoio à Delegacia de Polícia de Campestre da Serra, tendo o Delegado Anderson Silveira de Lima na direção dos trabalhos.
Na semana seguinte, a companheira de Campos, uma advogada estabelecida em Caxias do Sul e que também teve escritório em Vacaria, relatou aos policiais que ela e o companheiro foram vítimas de um roubo, mas essa versão foi desacreditada pelos investigadores.
Quinze dias após o desaparecimento, o corpo de Mateus foi encontrado num matagal, próximo a uma lavoura em Campestre da Serra. Estava com as mãos amarradas, e apresentava duas perfurações de tiros. O exame de necropsia encontrou também marcas de tortura.
A investigação feita pelos policiais em Campestre, São Marcos e Caxias confirmaram as suspeitas, e a companheira foi indiciada depois como partícipe do crime de homicídio qualificado. Faltava encontrar os executores diretos. Inicialmente a Polícia Civil imaginava tratarem-se de criminosos de Caxias do Sul, já que era onde vítima e sua companheira moravam. Todavia, depois de alguns meses de trabalho, os policiais chegaram aos executores em outra cidade.
Tratavam-se de indivíduos de Vacaria, com antecedentes criminais por vários crimes, como furtos qualificados e roubos no interior, abigeato, formação de quadrilha e receptação. Eles foram indiciados, tiveram a prisão preventiva decretada, e estavam em prisão domiciliar, com uso de tornozeleiras.
Estão sendo julgados os dois réus apontados como executores diretos do crime, e a mandante. O Júri foi dividido para datas diferentes: um quarto réu será julgado em outra oportunidade. Nesta terça-feira (12) iniciaram os trabalhos do Tribunal do Júri, sob presidência da Juíza Tatiane Lewandowski. Os trabalhos serão interrompidos ao final da terça-feira, e retomarão na quarta (13).