Sistema brasileiro de pagamentos é visto como possível barreira comercial por autoridades americanas
Os Estados Unidos investigam o estímulo do governo brasileiro ao Pix e outras práticas que consideram prejudiciais a empresas norte-americanas. O anúncio foi feito na última quinta-feira (16) pelo Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR), órgão ligado à presidência do país.
Segundo o USTR, o sistema de pagamentos instantâneos, criado em 2020 pelo Banco Central (BC), está sob observação desde 2022. À época, o órgão já havia demonstrado preocupação com o papel do BC como regulador e, ao mesmo tempo, operador do Pix. O sistema é gratuito para pessoas físicas e movimentou R$ 26,4 trilhões só em 2023.
A investigação foi solicitada pelo presidente Donald Trump e inclui, além do Pix, medidas brasileiras que teriam afetado empresas como a Meta, dona do WhatsApp. Em 2020, o lançamento do WhatsApp Pay no Brasil foi suspenso pelo BC e pelo Cade, sob alegação de que seria necessário avaliar os riscos da operação e sua integração ao sistema financeiro nacional.
Para especialistas, a reação dos EUA pode estar ligada à concorrência do Pix com operadoras de cartão de crédito e plataformas privadas de pagamento. O Banco Central e o Itamaraty ainda não comentaram o caso.