Pesquisa da Famurs aponta que 74% dos prefeitos aptos devem tentar reeleição
Escrito por Luiz Augusto Filipini em outubro 6, 2020
Na eleição 2016, dos 222 candidatos, apenas 115 foram eleitos novamente
A Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) realizou um levantamento com os prefeitos gaúchos que poderão concorrer a reeleição no próximo pleito, dia 15 de novembro. O estudo aponta que dos 497 gestores, 392 assumiram o cargo na última eleição, em 2016, e estão aptos a disputar o segundo mandato.
No entanto, nem todos irão encarar às urnas. Foram 291 prefeitos que manifestaram interesse na reeleição, o que representa 74% dos gestores aptos.
Ainda assim, este é um dos maiores índices de busca pela reeleição para chefia do executivo municipal. Para se ter ideia, na última eleição, menos da metade dos prefeitos e prefeitas concorreram. Dos 222 candidatos, apenas 115 foram eleitos novamente.
Para o presidente da Famurs e prefeito de Taquari, Maneco Hassen, a escolha dos gestores em buscar um novo mandato representa coragem, além de demonstrar preocupação com os municípios e cidadãos, frente ao momento de crise causado pela pandemia de covid-19 e que deve se manter em 2021. “A partir do ano que vem teremos os reflexos econômicos e sociais de uma crise como esta que estamos passando e que, infelizmente, irá se perpetuar por um tempo.
Os prefeitos e prefeitas enfrentarão um aumento de demanda na prestação de serviços públicos, como saúde, vagas na educação e assistência social. São homens e mulheres corajosas, abnegados e preocupados com a sua cidade”, ressalta.
O levantamento elaborado pela Federação também aponta que 101 gestores que poderiam tentar a reeleição optaram por não entrar na disputa. Os motivos para esta decisão são diversos, como articulação política, pressão administrativa ou até mesmo questões pessoais. De acordo com o presidente da Famurs, as principais razões são a dificuldade de se fazer gestão pública; o aumento frequente de responsabilidades e as limitações financeiras.
“Este número elevado de desistências nos surpreendeu, mas este número representa o aumento de responsabilidades dos municípios, que vem assumindo serviços com menor repercussão financeira e com menor aporte financeiro dos governos federal e estadual”, justificou Maneco.
Além disso, o presidente da entidade ressaltou que a desistência dos prefeitos à reeleição também está relacionada a pressão cada vez maior do Tribunal de Contas e do Ministério Público, que interferem na gestão dos municípios, em situações que muitas vezes os gestores não tem culpa ou não realizam de maneira dolosa.
O presidente da Famurs entende que muitos dos casos poderiam ser resolvidas com diálogos e orientações por parte dos órgãos de controle. “Isso é algo que tem melhorado, através de parcerias e trabalhos conjuntos com os órgãos de fiscalização, mas precisamos nos esforçar para melhorar a relação com os municípios.
Certamente este é um fator que inibe a participação das pessoas na política e inibe boa parte dos prefeitos e prefeitas que poderiam ir à reeleição e não vão por conta dos processos que certamente sofrerão depois que saírem da administração municipal”
Somados aos prefeitos e prefeitas que já estão em seu segundo mandato, serão, ao todo, 206 novos gestores municipais no estado, em 2021.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul